sexta-feira, 25 de março de 2011

Profiling - Noções Gerais

O Criminal Profiling é uma ferramenta comportamental e de investigação com o intento de auxiliar a investigação de um crime através da definição da personalidade do criminoso ou mesmo da vítima.
Holmes e Holmes (2008) destacam os três objectivos principais do criminal profiling:
           Reforçar a lei com uma avaliação psicológica e social do criminoso;
           Reforçar a lei com a avaliação psicológica dos pertences encontrados na posse do criminoso;
           Oferecer sugestões e estratégias para o processo de entrevista aos intervenientes ou possíveis intervenientes no caso.
Na criminologia moderna, o offender profiling é geralmente considerado a “terceira vaga” da ciência investigacional:
           A primeira vaga foi o estudo de pistas, processo em que a Scotland Yard foi pioneira no século XIX;
           A segunda vaga foi o estudo do próprio crime;
           A terceira vaga foi o estudo da mente do criminoso.

Definições
Criminal profiling é um método através do qual é possível identificar o perpetrador de um crime, com base na análise da natureza do crime e no modo como foi cometido. Diversos aspectos da construção da personalidade do criminoso são determinados pelas escolhas que tomou antes, durante e depois do crime. Esta combinação é combinada com outros detalhes relevantes e provas físicas e depois comparadas com as características de tipos de personalidade conhecidos e anomalias mentais, com vista a desenvolver uma descrição do criminoso.
O profiling psicológico pode ser descrito como um método de identificação de suspeitos, o qual procura identificar as características mentais, emocionais e de personalidade da pessoa (que se manifestam, por exemplo, no que o criminoso fez ou deixou na cena do crime).

Quem são os profilers?
Surpreendentemente, não existe um consenso sobre quem é mais qualificado para realizar perfis. Alguns dizem que um profiler será aquele que atribuir esse rótulo a si mesmo e que se dedica à prática de construir perfis para investigações criminais, enquanto outros argumentam que apenas indivíduos com larga experiência de investigação deveriam ser profilers. Embora tenham sido registadas tentativas de regularizar e formar profilers como a The International Investigative Analysis Fellowship, ainda não existe nenhuma entidade reguladora que providencie educação neste sentido.

Fases do Profiling
De acordo com Gregg McCrary, a premissa do criminal profiling é que o comportamento reflecte a personalidade. No FBI, os profilers procuram entender a personalidade do ofensor através das seguintes fases:
1.         Antecedente: Que plano ou fantasia – ou ambos – tinha o assassino preparado antes do crime?
2.         Método e forma: Que tipo de vítima ou vítimas seleccionou o criminoso? Qual foi o método e a forma do assassínio: arma de fogo, esfaqueamento, estrangulação ou outro?
3.         Disposição do corpo: O homicídio e a disposição do corpo ocorreram ao mesmo tempo ou em alturas diferentes; ocorreram na mesma cena ou em diferentes cenas?
4.         Comportamento pós-ofensa: Estará o assassino a tentar inserir-se na investigação reagindo perante os media ou contactando investigadores?
Outra fase do criminal profiling é a ligação de casos. Este é o processo em que se determina se há, ou não, pontos de ligação entre dois ou mais casos anteriormente sem relação, através da análise da cena do crime. Isto envolve o estabelecimento e comparação das provas físicas, vitimologia, características da cena do crime, modus operandi e comportamentos de assinatura entre cada um dos casos sob investigação.
culpado – falso negativo.
Profiling tipológico do criminoso
Qual é a diferença entre o profiling tipológico e o geográfico?
Tanto o tipológico como o geográfico representam tentativas de tentar perceber as características de um ofensor a partir das características dos seus crimes. Sendo assim, ambos podem ser usados como técnicas-adjuntas ao trabalho policial convencional na tentativa de ajudar a polícia a ligar os crimes, concentrar a sua investigação e diminuir a lista de potenciais suspeitos. Contudo, são bastante diferentes na forma como são aplicadas aos crimes e os tipos de informação que fornecem acerca dos criminosos. Ao contrário do profiling geográfico, que se debruça sobre a distribuição dos crimes, o profiling tipológico debruça-se sobre as provas acerca do comportamento que podem ser encontradas no local do crime. Provas acerca de como o criminoso cometeu o crime são usadas para colocar o criminoso numa categoria particular de transgressores. Estas diferentes categorias são divididas de acordo com as características psicológicas do indivíduo. Ao contrário do profiling geográfico, que potencialmente pode ser aplicado a todo o tipo de crimes, o profiling tipológico é normalmente apenas utilizado em situações de homicídios e violações que são cometidas em série.

A maneira como o FBI usa o profiling
A maneira mais influente de abordar o criminal profiling tipológico desenvolvida pelo FBI começou no fim dos anos 70. Foi originalmente baseada em entrevistas com 36 assassinos em série e violadores, combinadas com o conhecimento de muitos crimes investigados e resolvidos pelo FBI. A pedra angular da abordagem do FBI é a classificação das cenas do crime (e também dos criminosos) como organizadas ou desorganizadas. O Profiling do FBI é um processo de quatro etapas (Howitt, 2009):
Assimilação dos dados:
Os investigadores recolhem toda a informação que conseguem de várias fontes como, por exemplo, fotos de cenas do crime, relatórios da polícia, relatórios de patologistas.
Classificação de cenas do crime:
Os profilers decidem se a cena do crime é organizada ou desorganizada.
Reconstrução do crime:
Hipóteses são geradas sobre o que aconteceu durante o crime, por exemplo, o comportamento da vítima, a sequência do crime…
Produção do perfil:
Os profilers constroem um rascunho do indivíduo, incluindo características demográficas e físicas, tal como hábitos de comportamento.

Tipo de agressor
Indícios da cena do crime
Características prováveis do agressor
Organizado
Arma trazida para a cena
Indícios removidos
Controlo sobre a vítima
Desconhecido da vítima
Socialmente e sexualmente apto
Inteligência normal a elevada
Colérico/ deprimido
Desorganizado
Arma improvisada
Provas deixadas na cena
Pouco controlo sobre a vítima
Possivelmente conhecido da vítima
Socialmente e sexualmente inapto
Inteligência baixa
Doença mental severa

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