sexta-feira, 13 de maio de 2011

Análise da Cena do Crime

Sílvia Oliveira e Carlos Brito da PJ chegaram ao local do crime na companhia de Leonor Magalhães. Os paramédicos já haviam verificado que a vítima estava morta, mas todo o cenário ainda estava em reboliço. Luísa Gomes, a assessora que encontrara o corpo, estava encostada a uma das paredes e teclava no seu telemóvel. Eram 00h16.

Sílvia
Estava tudo assim, quando o encontrou?
Luísa
Claro, não mexi em nada. Quando vi a poça de sangue, liguei logo para a polícia. Não é bom para a empresa ter cadáveres no parque de estacionamento.

Sílvia estranhou a atitude. No entanto, sabia que as más situações trazem ao de cima o pior de nós e, por isso, não deu muita importância à observação. Ao olhar para o parque de estacionamento onde tudo acontecera, Sílvia verificou que a cena estava muito limpa, o que provavelmente significava que o assassino era organizado e tinha premeditado o crime. Depois de analisar o local, Carlos não encontrou a arma do crime, esta teria sido levada. A principal poça de sangue que se formara em volta da cabeça da vítima apresentava um espaço onde a deposição de sangue tinha sido menor. Teria algum objecto estado ali? Sílvia ainda não podia ter certezas, mas a coagulação do sangue fazia-a considerar a hipótese.

Entretanto, Leonor Magalhães analisava os padrões de sangue na cena (Blood Spatter). Encontrou uma deposição de alguns ml de sangue antes do local onde a vítima tinha perecido, indicando que esta teria sido atingida a alguns metros do local onde morreu. Leonor acredita que foi desferido um único golpe na nuca da vítima, tendo esta caído de joelhos, acabando por perder a consciência e desmaiado no pavimento, originando a deposição final de sangue. Com os dados disponíveis, Leonor crê que o agressor terá ficado com salpicos de sangue na sua roupa, braços e sapatos, que teriam uma dimensão muito pequena, na ordem dos milímetros.

Carlos dirige-se à entrada do parque e encontra o segurança daquela entrada da empresa, que assegura não saber o que se passara. Atrás de si ouviam-se os comentários dos treinadores do jogo de futebol que acabara há um quarto de hora. O som era ensurdecedor. Carlos pergunta-lhe se lhes pode ceder os vídeos de segurança e o homem assente.

Quando estavam a conversar, e a discutir as suas opiniões sobre o caso, chega Margarida, a mulher de Jorge Lemos. Veste um fato de treino e está a chorar. Soluça muito e tem dificuldade em respirar.

Margarida
Oh, meu Deus! Jorge!

Sílvia abraça-a e diz-lhe que vão fazer os possíveis para solucionar o caso.

Margarida
Eu em casa, a descansar, e alguém estava a matar o meu marido! Nunca me vou perdoar!

O choro continua pela noite dentro. Aqueles inspectores já estavam habituados e sabiam que este crime ia ser uma pedra no seu sapato por alguns tempos. Teriam de analisar meticulosamente as provas, que eram poucas, e tirar conclusões.

Podes ajudá-los?

Relatório da Autópsia
Causa da Morte: hemorragia cerebral causada por um trauma nos lobos occipitais (zona da artéria cerebral posterior).
Arma do crime: O objecto utilizado deve ter sido contundente .
Hora da morte: Pela temperatura do fígado estima-se que pelas 23h15.
O corpo não apresenta quaisquer indícios de uma luta. O indíviduo foi atingido na nuca; o ângulo da contusão indica que este se encontrava de costas, tendo sido atingido por trás. Da ferida foram retirados resíduos de óxido de ferro, indicando que a arma utilizada teria vestígios de ferrugem.
Não foram encontradas quaisquer impressões digitais na vítima nem qualquer tipo de células epiteliais , indicando que não houve contacto físico entre a vítima e o agressor.
Nas analíses sanguíneas verificaram-se níveis mais elevados do que o normal de adrenalina, podendo indicar uma discussão ou algo que fizesse exaltar a vítima antes da sua morte.
Pelo facto do golpe ter sido desferido numa zona muito susceptível, a força aplicada no mesmo não teria de ser muita para provocar a morte.

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