sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um dia na Silph

Para poderem descobrir mais acerca do que realmente se passara no dia do crime, Sílvia e Carlos da PJ decidem fazer uma visita à empresa Silph.
O ambiente de trabalho é muito organizado, como se tudo fosse controlado por um General que, neste caso, seria o Vice-Presidente Vasco Santana. Várias pessoas são entrevistadas, entre as quais a recepcionista da empresa que não tinha qualquer problema em expor a vida de todos os colaboradores da empresa, o que até era uma mais-valia. Esta menciona que sabia do caso de Jorge Lemos com Catarina e que os dois pareciam não estar muito preocupados em escondê-lo. Conta-lhes ainda que Luísa Gomes e Vasco Santana condenavam veementemente esta relação extraconjugal.
«Um dia ouvi-os a comentar que era uma indecência! O Dr. Santana só abanava a cabeça… Coitado, sempre a emendar os erros do Dr. Lemos. Quero dizer, do falecido Dr.Lemos. Esse homem deve ter uma paciência de Jó.»
Um dos funcionários da limpeza conta ainda que também vira Rui Tavares, um «homem íntegro» a discutir com o Presidente, mas não ouvira o que diziam porque «não estava interessado». Outro aspecto muito comentado na empresa é a relação platónica entre Luísa Gomes e Vasco Santana.
«Estão sempre juntos! Quando passam nos corredores parecem o esquadrão da morte, com aquelas caras sérias. Dizemos sempre que são o general e a comandante. São muito cúmplices e fazem quase tudo a dois. Se o Dr. Santana vai falar com os investidores, lá vai a Dr.ª Luísa atrás! Um dia vi-os a almoçarem juntos e foi a única vez que vi o Dr. Santana sorrir.»
Apesar de ser admirado por muitos, algumas pessoas afirmam que Vasco Santana é um homem enigmático e de muitas faces.
«É obcecado pelo trabalho, tem listas para tudo! Se quando estou a limpar lhe desarrumo a secretária, perde o juízo! E nunca deixa ninguém mexer na sua colecção de pisa-papéis do escritório. Parece que se afeiçoa muito a alguns objectos. E, por cinco vezes, me chamou de novo ao escritório porque uma das prateleiras da estante não estava bem limpa. E era a do topo que nem se vê! Que perfeccionismo…»
Por outro lado, sobre Catarina Santos as opiniões são unânimes.
«Essa mulher é uma caça-fortunas! Enrola-se com todos! Coitada da esposa do Dr. Lemos que até se dava bem com essa falsa… Por que é acham que ela se veste tão bem? É dinheiro do amante, o Presidente! E sei lá se tem outros, essa mulher é uma vergonha para o nosso género.»
A polícia decide então falar com o segurança que estava de serviço na garagem no dia do crime. Este é pesado e claramente não gosta de trabalhar em nenhum horário. Por entre umas dentadas em donuts, transmite as suas opiniões aos inspectores.
«Eu levo o meu trabalho muito a sério! É por isso que tenho sempre o rádio ligado para não adormecer. No dia em que o Presidente morreu estava a ouvir o relato de um jogo entre o Clube de Futebol de Barcelos e a Equipa do Rio Pequeno da Moita, na rádio Regiões. Grande partida! Uns golos de cortar a respiração, e cada passe… Mas estive sempre atento à porta! Eu sou um profissional! Às vezes a gente distrai-se mas eu não. A não ser no dia em que estava a prestar provas para entrar na academia da polícia, aí espalhei-me. Disseram que não tinha potencial… E agora vejam-me aqui, a ser segurança numa das melhores empresas do país!»
Sílvia e Carlos conseguem escapar-se da conversa e dão mais uma volta pela empresa para estudarem a posição das câmaras de vigilância. Quem sabe o que poderiam revelar…


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